segunda-feira, 2 de maio de 2011

Pediste-me um poema


Pediste-me um poema
Um poema que não te soube escrever.
Pediste-me palavras
E não tas consegui dizer.


Recordo o teu pedido
Recordo as palavras que usaste...
Disse-te que era incapaz de te escrever
E tu não acreditaste.


Tu és tão especial que as palavras
Nunca conseguirão definir o que és para mim.
Como é que te podia dedicar um poema
Se comigo as coisas funcionam assim?


Que querias que te dissesse?
Coisas banais, ou que não sinto.
Não posso. Contigo, não posso,
Porque a ti não minto!


Mas já que me viraste as costas
Sem saber o que eu tinha para dizer
Só quero que saibas, ainda que vagamente,
O pesadelo que estou a viver.


Olhar à minha volta
E nunca te encontrar
Gritar por ti no escuro
Sem nunca resultar.


Sonhar-te todas as noites
Quando o sono vem até aqui
Dizer-te, em silêncio, que te adoro
E que sofro desde que te perdi.


Pediste-me um poema...
Mas, para quê?
Só tem significado para quem o escreve.
Nunca para quem o lê.

Sem comentários:

Enviar um comentário